terça-feira, 19 de abril de 2022

O céu é, mas não está

Um mistério que prende. 

Não dá para olhar sem sentir o choque espinhal que vem da retina. 

Rotina idiota de ver, fingir o possível negando a porra dos caninos.

quarta-feira, 13 de abril de 2022

Correndo para o lado de fora

 Na frieza cansada dos meus pensamentos me deito neste chão sujo. Doar e fazer escolhas. 

Não tenho casa, o que seria ter uma casa?

Auto sabotagem que vai me levando para lugares trevosos, famintos por um doce pensamento mamífero tão difícil de conceber.

À mesa a gente escolhe os crucificados e se afoga no próprio intestino, quanta bobagem em boca cheia.

É no silêncio que vou montando minha aptidão em me desenrolar na vida.

Amo, mas quero distância.

quarta-feira, 6 de abril de 2022

Te beijo maior ainda

Monologo mental trava quando a página em branco aparece.

Penso no meu contraste. Onde termino e começo para o outro. 

Sabotagem em contínuas linguagens, desafetos, silêncios, apatia...

O que sobra da vida quando nus?

sexta-feira, 25 de março de 2022

click

atenda essa maldita porta e venha me abraçar. tenho que te devolver uma penúltima coisa.
o sono demora na intenção de massacrar meu orgulho. 
depois do gorfo, quero te sujar de silenciosas distrações e amanhecer no ninho.

Maçã

As escolhas estão cada vez mais frias, nenhum sentimento pacífico dura mais que alguns goles de cerveja. No outro dia, a ressaca recrimina qualquer paz ou romance que parecia o casal bonito inventado e invejado do filme. A dor e o prazer de cada cena da minha vida borbulham no meu estômago que anda fraco assim como minhas atitudes e objetivos. Estou ficando cada vez mais louca, mas só eu sei disso. Meu corpo inventa alguns passos que me recuso a envergonhar, tudo passa, mas isso não é o fim. 
O fim nutre mais um começo.

manha de manhã

meus amantes tem meus melhores segredos. línguas de navalha repousam leve sobre os sentidos.

quem

O sino da igreja badalava todo santo dia no mesmo horário, às seis. A criançada boba se alegrava e logo começavam a correr com suas sandálias grossas de couro. Corriam para ver os fogos no dia de santo, a igreja ficava bonita, toda brilhosa. As moçoilas se exibiam ao vento com suas belas fitas agarradas ao longo cabelo. Os rapazes se apressavam para observar. Ofereciam pipocas, algodão doce e até longas voltas na roda gigante. Era tudo muito bonito, depois dessas festas sempre tinha casamento no verão.